Dezembro 07 2016 0Comentários

3º Jornadas Gastronómicas UVE

Já passaram alguns dias, mas não queria deixar passar em branco e não escrever um post sobre as Jornadas Gastronómicas Vegetarianas UVE, onde passei um fim-de-semana com os melhores chef’s da cozinha vegetariana.

Quis participar nas jornadas para aprender e estar a par do que está a acontecer na gastronomia vegetariana, como era mesmo aqui ao lado, não hesitei e fui. Do Porto a Valência é um voo de 1hora, muito rápido, por isso não tinha desculpa para faltar.

As jornadas começaram na sexta-feira com um jantar temático que já não cheguei a tempo, mas foi preparado pelo Chef NaturalChef (Pascual Laza), que já sigo nas redes sociais e que me surpreende com a delicadeza dos seus pratos. Apesar de ter faltado a este jantar, as restantes refeições temáticas (à excepção do almoço de sábado, que foi oferecido pelo hotel) foram preparadas por ele e aí já pude comprovar o que já se adivinhava, os seus pratos são deliciosos.

Ao chegar ao hotel, fomos recebidas com muito carinho pelo Chef Pascual Laza e David Román (presidente da Unión Vegetariana Española) e a simpatia que se manteve durante o resto das jornadas.

No sábado, o primeiro dia das jornadas começou de uma forma descontraída e bem animada, com um discurso de Pascual Laza sobre a necessidade de ser criativo e reinventar a cozinha vegetariana com o que a natureza nos oferece. Foi feita também uma apresentação e um retrocesso de algumas receitas e da sua evolução, desde a apresentação até melhorias que foram implementadas, passando pela apresentação dos queijos que desenvolveu.

O primeiro showcooking foi de Jacob Olaya, com uma demonstração de cozinha Asiática de Fusão. Entre os pratos que criou estava um Sushiveggirrito delicioso. Mas o que é o Sushiveggirrito? É uma fusão de burrito com um sushi, resultando numa espécie de temaki com um aspecto delicioso, recheado com imensos legumes e vegetais.

No gamba

Seguiu-se Damián Azorín – Cuinarte, que apresentou uma série de pratos descontraídos, divertidos e um deles bem assustador. Foi neste showcooking que provei pela primeira vez a flor eléctrica, que é assustadora, basicamente é uma flor que dá pequenos choques eléctricos quando trincada, por isso é preciso ter alguma precaução quando se prova, uma vez que se colocarmos a flor completa na boca o resultado poderá não ser tão divertido. Outro dos pratos foi uns dedos criados com moldes dos alunos, que resultou num prato verdadeiramente assustador e óptimo para o Halloween, já que também estava salpicado com um molho de frutos vermelhos para dar um aspecto ainda mais horripilante.

damian azorin

A primeira palestra serviu para refletir sobre o custo da nossa alimentação pela dupla Pablo Vidal e Daniel Blanco – Reverde, onde demonstraram o verdadeiro impacto da nossa alimentação e a importância de comer localmente produtos com o mínimo impacto no ambiente. Actualmente temos uma grande oferta de alimentos de todo o mundo, mas será que sabemos qual o seu impacto no ambiente? Todas estas questões deverão ser equacionadas na hora de escolher o que comemos. Também fizeram um paralelismo entre o custo ambiental e o sofrimento animal que está inerente à nossa alimentação. Está na hora de aprendermos a comer e a comer localmente, tentar consumir produtos biológicos, que tenham o mínimo impacto no desgaste dos solos.

O almoço foi passado na companhia de David Román, da sua esposa e dos proprietários de Villa Vegana, um hotel 100% vegano em Maiorca e que iriam fazer o primeiro show cooking da tarde.

O show cooking Villa Vegana, por Miriam Spann e Jens Schmitt, foi super descontraído e serviu também para a apresentação do livro, com as receitas do hotel. O livro é 100% vegano, Miriam é designer e fez questão que o livro fosse impresso com materiais 100% veganos e ecológicos.

Villa Vegana

Os show cooking da tarde foram muito orientados para o bem-estar e saúde com grande destaque para os alimentos fermentados, mas também contou com a presença de David Ariza, que levou umas quantas ervas “daninhas” que muitas vezes não valorizamos. Entre estas ervas, que ele deixa crescer livremente numa horta estava o wasabi, pequenas folhas que passam despercebidas e que são muito ricas. Este show cooking foi muito teórico, apenas com a confecção de um arroz de ervas silvestres, mas deu para perceber que nas hortas que crescem livremente há ervas e folhas com um grande valor nutricional mas que não as conhecemos e por isso não são valorizadas.

Outro show cooking foi apresentado por Adriana Ortemberg, naturopata e faz parte da revista Cocina Vegetariana, onde falou dos benefícios da alimentação natural e dos fermentados com uma apresentação de Kimchi (receita que teve um grande destaque em mais show cookings).

Para terminar o dia Marisa Martínez fez uma apresentação de cozinha vegana Ayurveda.

Depois de tantos show cookings, a fome começava a apertar e o cansaço também, mas sabia que teria os pratos desenhados por NaturalChef à espera e estava súper contente, até porque já tinha espreitado a carta.

queijo vegano

O jantar começou com um queijo Roquefort com uma geleia de frutos vermelhos, o queijo era delicioso, feito com frutos secos e spirulina. Seguiram-se diversos pratos lindíssimos e saborosos. No final estava reservada uma surpresa, um espectáculo de magia divertidíssimo de Daniel Blanco (Reverde).

O primeiro dia estava terminado e o próximo seria mais curto, já que teria que voltar cedo para o Porto.

O primeiro showcooking de domingo estava ao cargo do Chef Prabhu Sukh, que apresentou alimentos fermentados e as suas aplicações na cozinha moderna. Um dos pratos foi tempeh com uma espécie de crumble de kimchi (kimchee en texturas), que resultou muito bem e o crumble poderá ter um sem fim de utilizações noutras receitas.

prabhu_sukh

O show cooking de Toní Rodríguez (Lujuria Vegana) foi substituído por  Queeso – Pastelaria e Quesos veganos, onde fizeram uma apresentação dos queijos artesanais que tem disponíveis e apresentaram um bolo de chocolate.

Ainda houve tempo para uma palestra sobre a água do mar de Ibiza e Formentera e as suas propriedades, por David Aguado, que faz a sua recolha.

Para terminar e antes do último almoço temático, foi a vez de Martin Goldman fazer a sua apresentação sobre cozinha bioenergética.

jornadas gastronómicas UVE

O almoço foi muito rápido, como tínhamos que sair mais cedo, a equipa fez questão que não saíssemos sem provar as delicias que tinham preparado. Entre o sushi, folhados e salada de quinoa, o que mais gostei foram os croquetes e tempera de algas do mar (Porto-Muiños) que eram deliciosas.

Estava na hora de sair a correr para o aeroporto e agora espero poder voltar à próxima edição.

jornadas gastronómicas UVE

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