Novembro 01 2017 1Comentário

Investigação Internacional revela os maus-tratos no transporte de animais vivos

Hoje é dia 1 de Novembro, o dia do Veganismo e para relembrar que o veganismo não é só comida, queria partilhar este press release sobre o transporte de animais vivos do Brasil para o Líbano e Egipto.

O que aqui está descrito, não acontece só no Brasil, aliás, o programa da SIC “Grande Reportagem” fez um especial onde se mostra as condições de transporte dos animais que saem dos portos de Portugal. Esta é uma triste realidade que infelizmente ainda acontece e que só me faz querer gritar que “Não queremos jaulas maiores, queremos jaulas vazias”, até quando teremos que lidar com a crueldade imposta aos animais não-humanos, aqueles que deveríamos cuidar e proteger? Até quando 5 minutos de prazer terão de ser suportados por seres indefesos?

Operação coordenada pela ONG Animals International flagra negligência e crueldade em exportação marítima de gado vivo.

A ONG internacional Animals International, em parceria com o Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal, divulgou hoje que bovinos estão sendo transportados vivos em navios para o Oriente Médio em condições lastimáveis.

Imagens captadas pela investigação da ONG internacional mostram animais sendo violentamente manejados e abatidos no Líbano e Egito, países que são grandes importadores de gado vivo do Brasil. As agressões, consideradas extremamente cruéis e desnecessárias, incluem perfuração dos olhos, orelhas e patas, torção de cauda e corte de tendões, das pernas, para imobilização antes da degola.

“Nossa investigação descobriu que animais foram submetidos a métodos cruéis de manejo e abate que não são permitidos no Brasil, além de violarem padrões internacionais de bem-estar animal”, diz o diretor da Animals International, Luis Carlos Sarmiento. “O Brasil já exporta carne congelada para todos os países com os quais comercializa gado vivo. É antiético e ilógico submeter animais a esse tipo de exportação” acrescenta Sarmiento.

Anualmente, o Brasil envia dezenas de milhares de animais para o Egito e Oriente Médio para abate, e está tentando expandir esse comércio. Não há leis nesses países de destino que exijam boas práticas de bem-estar animal, o que possibilita que os animais sofram mortes violentas e cruéis. Na legislação brasileira, é exigida prévia insensibilização, ou seja, os animais devem se tornar inconscientes antes do abate, a fim de evitar sofrimento desnecessário.

“Além de suscetíveis a fome, sede, desconforto e estresse térmico durante o transporte, esses animais são abatidos de forma cruel ao chegar a países importadores no Oriente Médio”, diz a diretora de educação do Fórum Animal, Elizabeth MacGregor.

“Agradecemos à Animals International, que trabalha há décadas com essa questão, por esta parceria em que é exposto o sofrimento de animais brasileiros exportados por via marítima. Esse tema ainda é desconhecido pela sociedade brasileira, sendo indispensável sua conscientização para que possamos exigir de autoridades, como o Ministério da Agricultura (MAPA), que tomem as devidas providências para acabar com essa crueldade”, afirma Elizabeth.

As ONGs envolvidas pedem ao governo brasileiro que se comprometa a acabar com a exportação de gado vivo. E, enquanto a atividade não é extinta, elas exigem que os exportadores brasileiros se tornem responsáveis pelas condições dos animais até o desembarque no destino final, seguindo padrões internacionais de bem-estar animal, incluindo um médico veterinário do governo que acompanhe todos os embarques, e produza relatórios de doenças/lesões e mortes de animais durante o transporte, sendo disponibilizados publicamente.

Sobre as ONGs:

A Animals International é o braço global da Animals Australia, principal organização australiana de defesa de animais. Reconhecida internacionalmente por campanhas estratégicas de conscientização pública, suas investigações inovadoras chegaram a 16 países e influenciaram mudanças necessárias, incluindo reformas industriais e regulatórias. Suas investigações sobre o comércio mundial de exportação de animais vivos revelaram consistentemente o sofrimento dos animais exportados para o Oriente Médio e Ásia da Austrália, América do Sul e Europa, suscitando preocupação pública e política sobre esse comércio global.

O Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal é a maior rede de proteção animal no Brasil e conta com mais de 130 afiliadas em todas as regiões do país. Há mais de quinze anos, atua na disseminação do respeito, proteção e defesa dos animais.

1 comment

  1. Deveria ser óbvio ululante o que é tratar bem ou mal os animais, assim como se reconhece quem o faz com o próprio filho ou avô. Deveria ser notório que a pecuária é o inferno dos animais e o paraíso dos pecuaristas que lucram com a desgraça dos seres vivos que exploram, sem direito algum de o fazer, porque nenhuma animal nasceu para ser inseminado artificialmente e condenado a não criar seus bebês, apartados de suas mães para serem mortos e virarem comida. Deveria ser tão óbvio, quanto nos parece hoje o absurdo da escravidão da raça negra, homens roubados de seu território, amontoados em navios negreiros, suportando sede, fome, doença e assistindo seus entes queridos morrerem ao seu lado, sem poderem fazer nada, a não ser chorar. Deveria ser óbvio que não se deve tratar seres vivos como animais são tratados hoje, em nome da ganância, do orgulho e da pretensão humanos que desconhece compaixão quando se trata de explorar animais, tirando deles sangue, vísceras, dignidade, liberdade e vida. Deveria ser fácil tratá-los bem, como nasceram para viver, se cada ser humano racional superior se colocasse no lugar de cada animal, perguntando a si próprio se gostaria de ser “tão bem tratado” assim e se permitiria que tratassem seus bebês humanos arrancados do seio de suas mães e exilados para sempre do convívio imprescindível delas. Pecuaristas estão a dever para Deus cada morte consentida e executada com o aval das leis humanas, e sua conta aumenta na proporção de seus lucros financeiros, porque não se parece com justiça e ética a lambança que ocorre nos Matadouros e Frigoríficos, sob o pretexto de empregar trabalhadores e sustentar suas famílias. Não dessa maneira que reporta civilizados à barbárie de onde vieram, não para continuarem praticando a crueldade que já deveria ter sido varrida do Planeta que evolui para ser melhor do que toda essa desgraça, não para serem os carrascos de inocentes que são, gostam de ser e vão continuar sendo. Parece óbvio para quem sinceramente questiona se isso se parece com Deus e Suas Sagradas e Benditas Leis.

    Responder

Escreva uma resposta ou comentário