Março 25 2019 0Comentários

Why I’m no longer Vegan ou Porque o veganismo não resultou comigo

A grande questão de 2019 e que tem posto muita gente de cabelos em pé é mesmo esta “porque o veganismo não resulta” com a quantidade de “ex-vegans” que têm aparecido a criticar a alimentação que seguiam e a expor os problemas de saúde que desenvolveram a partir do momento em que deixaram de consumir produtos animais até agora.

Desde sempre que houve pessoas que se queixaram do veganismo e que afirmam que ficaram doentes por ter experimentado a alimentação vegana. Mas será que é a alimentação que os deixa doentes ou as suas escolhas alimentares extremas?

Todos os que deixaram o veganismo publicamente este ano, têm um ponto comum que é a ortorexia* ou a obsessão pela comida limpa, assim como uma necessidade de manter o corpo limpo, recorrendo a detoxes e jejuns extremos assim como depurações. Na verdade, o que se passa é que estamos perante um distúrbio alimentar que é divulgado como saudável e visto por milhares de pessoas todos os dias, nas redes sociais. Alguns destes “ex-vegans” vendem cursos e programas de saúde, sem qualquer base científica onde debitam as suas preocupações com a alimentação e os cálculos calóricos, dizem as maravilhas que a alimentação fez neles. (sim alguns mantêm os programas activos para quem quiser comprar, o que é completamente contraditório ao que agora afirmam)

Uma das afirmações que Rawvana fez foi que após o jejum de água a menstruação falhou e que começou a temer pela fertilidade. Infelizmente este problema não está de qualquer forma relacionado com a alimentação de origem vegetal. É muito comum quando nos alimentamos mal, quando sofremos um distúrbio alimentar que o mesmo aconteça.

Tim Shieff é adepto da urinoterapia** e jejuns de água destilada que acredita que assim o seu corpo é capaz de curar várias doenças uma vez que consegue canalizar a energia que iria gastar durante a digestão para a sua autocura. O curioso é que ao mesmo tempo que deixou de seguir uma alimentação de base 100% vegetal, também abandonou esta insanidade dos jejuns (water fast) e urinoterapia.

A alimentação de origem vegetal é adequada a todas as fases da vida! O importante é saber comer e não confundir uma obsessão com a alimentação com o veganismo. É perfeitamente natural seguir uma alimentação de origem vegetal e ser perfeitamente saudável. Urge cada vez mais escolher uma alimentação de base 100% vegetal para o bem do planeta, está mais que comprovado que o planeta não consegue suportar a agro-pecuária que está a devastar florestas, a poluir os rios e os oceanos. Se pensarmos nas alterações climatéricas que têm acontecido nos últimos anos, desde temperaturas extremas em todo o planeta, desastres ambientais que destroem populações inteiras, temos mesmo que considerar a nossa mudança de alimentação!

Temos também que valorizar a vida e por isso não podemos continuar a condenar milhões de animais à morte, apenas porque “são um ingrediente” ou “sabem bem”. Quando escolhemos o veganismo, estamos a salvar o planeta e os animais que nele habitam e aí também incluo os humanos!

Escolhe o veganismo, por eles, por ti, pelo planeta!

Hoje em dia é muito fácil ser vegano! Tens imensas opções disponíveis, nos supermercados e mercados locais há cada vez mais opções de alimentos, cosmética, produtos para a casa 100% de origem vegetal! Já existem lojas 100% vegetarianas dedicadas à promoção de produtos de origem vegetal e que não foram testados!

Estas duas fotografias foram tiradas durante uma vigília Porto Animal Save que participei. Esta partilha serve para ilustrar que em 2019, não escolher o veganismo ou atribuir problemas de saúde por descuidos alimentares é egoísmo puro! Como se pode olhar nos olhos de um animal não-humano, ver o seu medo e ser capaz de afirmar que “a ignorância é mais valiosa que a tua vida?”

*Ortorexia
A ortorexia define-se como uma obsessão por ingerir apenas alimentos considerados “bons” e saudáveis. A palavra ortorexia deriva do grego, sendo que orthos significa “correto” e orexis significa “apetite”. Foi cunhada em 1997 pelo médico Steve Bratman, autor do livro Health Food Junkie.

Quem sofre de ortorexia efetua um planeamento rigoroso das refeições, por vezes até com dias de antecedência, adotando regras cada vez mais restritas, e pela exclusão de alguns alimentos tidos como “maus”, “contaminados” ou “impuros”, como gorduras, aditivos ou glúten, podendo chegar à abstinência.

**Urinoterapia
Não existe qualquer evidência científica sobre os benefícios de beber a própria urina, até pelo contrário, os estudos indicam que ao beber a urina estamos a introduzir bactérias, toxinas e outras substâncias prejudiciais à nossa corrente sanguínea. Pode até causar esforço redobrado aos rins.

*fotografias de uma vigília em frente ao matadouro de Penafiel

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