Novo Plástico que se Dissolve em Água do Mar em Apenas Uma Hora Pode Revolucionar a Luta Contra a Poluição.

O plástico tornou-se um dos maiores flagelos do nosso século, contaminando oceanos, ameaçando a vida marinha e infiltrando-se na cadeia alimentar. Mas uma descoberta recente pode mudar este cenário: uma equipa de investigadores japoneses desenvolveu um plástico que se dissolve completamente em água do mar em apenas 60 minutos, sem deixar resíduos tóxicos ou microplásticos.

Uma Solução Inovadora para um Problema Global

Cientistas do RIKEN Center for Emergent Matter Science e da Universidade de Tóquio criaram um material tão resistente quanto os plásticos convencionais, mas com uma diferença crucial – quando exposto à água salgada, desintegra-se rapidamente nos seus componentes originais, que depois são decompostos naturalmente por bactérias.

Num teste realizado em laboratório, os investigadores mergulharam um pedaço deste plástico num recipiente com água salgada e, em apenas uma hora, o material desapareceu por completo.

“Durante anos, tentámos desenvolver plásticos biodegradáveis, mas nenhum se degradava tão depressa e de forma tão limpa”, explicou Takuzo Aida, líder do projeto, em declarações à Reuters.

Vantagens Além dos Oceanos

Este novo plástico não se decompõe apenas no mar – em solos com presença de sal, como em muitas áreas agrícolas, uma peça de cinco centímetros desfaz-se totalmente em cerca de 200 horas. Além disso, o material é:

Não tóxico – seguro para a vida selvagem e seres humanos;
Não inflamável – reduzindo riscos de acidentes;
Livre de emissões de CO₂ – não liberta dióxido de carbono ao decompor-se.
Um Futuro Sem Poluição por Plásticos?

Segundo as Nações Unidas, a poluição por plásticos pode triplicar até 2040, com 23 a 37 milhões de toneladas métricas a inundar os oceanos anualmente. A busca por alternativas sustentáveis nunca foi tão urgente.

Apesar de ainda não ter data para chegar ao mercado, este novo material já despertou o interesse de empresas de embalagens. Enquanto isso, a equipa continua a aperfeiçoar o revestimento do plástico para garantir maior durabilidade antes da sua decomposição.

“As crianças não escolhem o planeta em que vão viver. Cabe a nós, cientistas, garantir que lhes deixamos um ambiente saudável“, destacou Takuzo Aida.

Esta inovação pode ser um passo decisivo na luta contra a poluição marinha, mostrando que, com ciência e consciência, um futuro mais limpo é possível.