Os peixes sentem dor?

imageDurante séculos, fez parte do senso comum a falta de capacidade dos animais não humanos, sentirem dor. Hoje em dia apesar de este pensamento estar quase ultrapassado para alguns animais (mamíferos e aves), há ainda um grande grupo que é descriminado. Este grande grupo são as espécies aquáticas.
Enquanto alguns de nós conseguimos perceber que os peixes sentem dor, grande parte da sociedade ainda os vê como criaturas insensíveis. O campo da ciência já é capaz de confirmar que os peixes são capazes de sentir dor e emoções como o medo.

Existem mais de 30,000 espécies aquáticas que representam um número maior do que qualquer outra espécie animal.
Infelizmente a nossa compreensão em relação aos peixes é muito pequena. Na verdade os peixes são capazes de criar relações sociais complexas e de cooperar com outras espécies. Apesar de muitas vezes os peixes serem conhecidos pela memória de três segundos, existem factos que provam o contrário. Os salmões são capazes de reconhecer o local de onde partem e de regressar ao mesmo local após anos e após percorrerem milhares de km. Existem mesmo peixinhos capazes de aprender truques.
image
Segundo Temple Grandin “as pesquisas demonstram que os peixes respondem a estímulos de dor”. O commitee of european convention for the protection of animals kept for farming purposes explica que “a pele dos peixes é a sua primeira linha de defesa contra doenças e oferece protecção contra o meio ambiente. A pele dos peixes tem receptores que reagem ao toque e à dor”.

Segundo o especialista em comportamento animal Jonathan Balcombe, a falta de expressão facial dos peixes é o que nos leva a crer que eles não sentem dor. Quando estão presos a um anzol, os peixes são incapazes de emitir qualquer tipo de som, não gritam, apenas são capazes de fazer movimentos com a boca que pode evocar o sentimento de dor e terror.image

O uso da expressão facial como guia essencial para definir a capacidade de cada um sentir dor, não deve ser usada como um guia válido, uma vez que algumas das espécies aquáticas mais inteligentes (golfinhos e baleias) são incapazes de se exprimir. O movimento da boca, a dilatação das pupilas, posturas corporais, estão entre as muitas maneiras dos peixes e de outros animais se exprimirem.

A Dra. Lynne Sneddon da universidade de liverpool (Inglaterra), que possui um PhD em psicologia e comportamento animal pela universidade de glasgow, faz a pergunta “qual a importância da dor nos peixes?” , a qual conclui que “estudos recentes têm demonstrado que os peixes tem nociceptores, um receptor sensorial que envia sinal que causa a percepção da dor em resposta a um estímulo que possui potencial de dano. Estes nociceptores são fisiologicamente semelhantes aos dos mamíferos. Áreas do cérebro, tais como o cérebro anterior e o cérebro médio que são importantes no tratamento da dor em mamíferos, são activos durante a aplicação de estímulos de dor. A quebra de comportamento normal e as alterações adversas na fisiologia de um peixe também são exibidos quando recebem impulsos de dor, que são altamente reduzidos quando são aplicados analgésicos.

Dr. Balcombe, responsável por analisar estudos de senciencia animal, incluindo todos os que são realizados aos peixes, nos seus documentos descreve que não existem quaisquer dúvida na capacidade dos peixes sentirem dor. “Um estudo descobriu que quando substâncias nocivas são aplicadas nos lábios de trutas, a frequência cardíaca das trutas aumenta e demoram mais tempo a voltar a alimentar-se. O comportamento destes peixes também muda após serem prejudicados. O modo de nadar altera-se com um balanço de um lado para o outro, esfregam os lábios no chocalho ou contra as paredes do tanque. A aplicação de um analgésico reduz significamente o comportamento de dor.

Outros testes mostram que os peixes aprendem a evitar choques de dor e até evitar a perfuração dos lábios por anzóis.

Fontes:
www.fishfeel.org
www.mercyforanimals.org/fish/fish-feel-pain.aspx

7 comments

  1. Sou pescador esportivo e acabei parando aqui por pura coincidência. Sobre o assunto, por empirismo mesmo, nas experiências em que já tive, acredito que os peixes, pelo menos os que capturei não sintam dor. Já capturei peixes em que logo após serem soltos, em instantes os capturei novamente, se eles sentissem dor, logo não se alimentariam com a boca dolorida, afinal acabei de tirar um anzol de sua boca. É interessante a pesquisa, só que existem diversas espécies de peixe, onde alguns são bem agressivos e curiosos, diferentemente da truta, que é um peixe de águas geladas e com comportamento forrageiro.

    Responder
  2. O ser humano não entende pq tem que parar de comer animais…
    Vamos ver depois dessa pandemia..
    …e de outras que virão…

    Responder
  3. “[…]e mesmo que compreendessem não deixariam de continuar a matança, sob alegação de precisarem sustentar a família…”
    Aves e mamíferos também sentem dor, também são utilizados para sustentar famílias. Isso faz parte da cadeia alimentar, e na própria natureza os peixes são devorados por outras espécies, independente de sentirem dor ou não. Há lugares em que as pessoas se alimentam de insetos, aí vai da cultura de cada povo. Assim se nossa cultura fosse canibalesca, comeria-mos uns aos outros.

    Responder
    1. Uma desculpa esfarrapada, essa, colega porque quem come carne, não deixa de chupar os ossos, nem que a vaca tussa e esse negócio de cadeia alimentar é mais uma conversa mole pra boi dormir daqueles que mastigam sanduíche de presunto ou mortadela. Animais se destroem uns aos outros na floresta para servirem de alimento, o fraco sucumbe para alimentar o mais forte, porém nem todos. Animais herbívoros não precisam se matar para almoçar. Agora, cá pra nós, hein colega, humanos não são feras mas se alimentam igual a elas e esse negócio de comer pedaços de cadáveres que foram esquartejados lá longe no Matadouro, é fúnebre demais, não? Mesmo porque existem mil opções vindas da terra que não tem nada a ver com o que vai na feijoada, sabe, aquele caldo preto repelente com pedaços de orelha, pés, rabo e outras coisinhas mais que as pessoas lambem os beiços, só de pensar. Veganos não. Estão fora dessa, ainda bem.
      http://veganize.com.br/medicos-veganos-norte-americanos-que-voce-precisa-conhecer/

      Responder
      1. Dá-se o nome de cadáveres, às criaturas que morrem, sejam humanos ou animais. Parece óbvio que não se parecem com o alimento do Homo Sapíens, mas são. Adoramos pedaços de animais esquartejados, vísceras, tripas, orelha, rabo, coração e ossos deles. Somos vorazes. Nosso cardápio continua exatamente igual aos primitivos terráqueos que não tinham opção alimentar, por isso se alimentavam de animais esquartejados, isto é, cadáveres. Animais selvagens se devoram uns aos outros porque são Selvagens, nós deveríamos ser, mas ainda não somos, civilizados ao ponto de respeitar o direito à vida de todos os animais. Animais herbívoros,tem um monte esbanjando saúde e fôrça, bovinos, girafa, orangotango, canguru, zebra, gorila, coelho, pandas, antílope e um muito mais. Estes, sim, se parecem muito mais com seres racionais e superiores, que preservam a própria vida sem extinguir outras.

        Responder
  4. Concordo plenamente com a Sandra. Os peixes sentem dor, é a razão natural para sobrevivência da espécie. Senhores pescadores, nunca imaginaram o motivo que os peixes correm de vocês?? Porque eles só mordem a isca se forem enganados? Vocês acham que eles ficam felizes quando são fisgados e depois com um alicate (as vezes na força grosseira mesmo) tiram o anzol cravado na boca?
    Em alguns anos para frentes, será crime matar peixes pelo simples prazer. Vocês pescadores são predadores pelo prazer.

    Responder
  5. Nenhuma dúvida, peixes sentem dor sim, pena que pescadores, coitados, não desconfiem nem de longe disso e mesmo que compreendessem não deixariam de continuar a matança, sob alegação de precisarem sustentar a família. Por isso, peixes continuarão sentindo dor e morrendo no auge da agonia, assim como humanos morreriam afogados, no elemento impróprio à vida deles. Mas um dia, sentiremos a dor dos peixes e das formigas, como sendo a nossa própria dor, e seremos capazes de apreciar na alegria de viver, deles, a nossa felicidade.

    Responder

Escreva uma resposta ou comentário