Setembro 19 2017 2Comentários

Startups que estão a revolucionar a comida vegan

O veganismo tem tido um crescimento a nível mundial muito grande. No Brasil o crescimento chega aos 40% (ano) e nos EUA nos últimos três anos o número de adeptos do veganismo cresceu 600%. Com este crescimento é natural que comecem a aparecer investidores com vontade de apostar em alternativas mais sustentáveis direccionadas ao público vegan, mas não só.

Exemplos inovadores encontram-se em diferentes áreas, mas as mais acessíveis ao consumidor e onde é possível ver mais inovação é na alimentação ou no vestuário, onde já existem alternativas 100% vegetais e mais ecológicas.

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Já existem linhas de vestuário que utilizam materiais criados a partir de fibras 100% vegetais, quer seja de frutas ou de cogumelos (fungos). O calçado feito de Piñatex, um tecido desenvolvido a partir das fibras e subprodutos do ananás já é muito utilizado e em Portugal, podemos encontrar algumas marcas que já o utilizam nas suas colecções, como a NAE que tem uma linha de calçado com revestimento em piñatex. A partir dos cogumelos e possível criar o material que mais se assemelha às características do couro, o muSkin e a sua produção utiliza unicamente materiais vegetais e água, não necessita de qualquer tipo de químico. Existe outro material criado a partir da fruta, a Fruit Leather ainda está em desenvolvimento. Este material, pensado por dois jovens designers, utiliza frutas que seriam descartadas por não se enquadrarem nos parâmetros de consumo. Estes materiais podem revolucionar o mercado da moda e são alternativas mais verdes e amigas do ambiente, comparando com a indústria poluidora dos curtumes.

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A industria alimentar é talvez a que mais inovação tenha criado nos últimos anos, onde surgem startups capazes de gerar milhões através da criação de produtos alternativos à carne. Na alimentação 100% vegetal começam a aparecer cada vez mais produtos análogos à carne, queijo, maioneses, ovos e bebidas vegetais, em que grande parte deles excede o valor nutricional dos de origem animal. Dois grandes exemplos são a Beyond Meat, que se dedica à criação de carnes vegetais e que lançou um hambúrguer vegetal que imita a carne e que causou grande rebuliço aio “sangrar” quando cozinhado (o sangue é sumo de beterraba, mas não deixa de impressionar).

O segundo exemplo é a Impossible Foods. O foco da Impossible Foods é poder oferecer refeições 1005 vegetarianas sustentáveis, mesmo para aqueles que não conseguem dispensar um hambúrguer, daí terem criado um hambúrguer de origem 100% vegetal, mas que combina o sabor e textura da carne. A semelhança foi concretizada após ter sido possível sintetizar em laboratório o Heme das plantas. O Heme é uma proteína que se encontra em abundância nos músculos dos animais e é ela que dá a cor, sabor, textura e aroma à carne.

Apesar de ainda não estar disponível em Portugal, nos EUA o hamburguer Impossible Burger já é servido em alguns restaurantes e prepara-se para ser lançado em grande escala, os hambúrgueres Beyond Meat são mais acessíveis e já se encontram à venda na cadeia Whole Foods.

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Os queijos vegetais são outro produto que começa a surgir cada vez mais, sejam eles feitos a partir de frutos secos ou de óleo de coco, representam um produto inovador e já existem algumas startups que também despertam a atenção dos investidores dos EUA, como a Miyoko Kitchen até à Índia com a Wegan Foods, que conta com o apoio de uma princesa da família real dos Emirados Árabes Unidos. O propósito da Wegan Foods é criar um queijo 100% vegetal sem soja.

Voltando aos Estados Unidos e a Sillicon Valley que acolhe as grandes indústrias inovadoras, temos a Kite Hill que está associada à Universidade de Stanford. O queijo é apontado por muitos pela principal causa por que não conseguem seguir uma vida vegana, mas estas startups estão empenhadas em tornar o processo mais simples e já existem alguns queijos que replicam a elasticidade dos queijos de origem animal, daí que possa faltar pouco para que esta deixe de ser uma “desculpa” e que existam mais veganos.

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Existe um produto que à partida possamos acreditar que que já não existirá muito a fazer para que ele possa evoluir ou melhorar, falo das bebidas vegetais já existem de todo o tipo e mesmo em Portugal encontramos diferentes tipos, quer seja de soja, amêndoa, coco, cânhamo, sésamo, podemos optar por fazer a nossa bebida vegetal em casa ou comprar já pronta, mas mesmo as bebidas vegetais são alvo de estudo e de investimento, havendo uma startup que inovou utilizando um novo ingrediente.

A Ripple, desde o seu lançamento em Abril de 2016, já vendeu mais de 25 milhões de garrafas. Comparativamente ao leite de vaca, as garrafas Ripple que já foram vendidas representam aproximadamente menos 7 milhões de emissões CO2, o mesmo que retirar, durante 1 ano, 600 carros da estrada. Para além das bebidas vegetais, que já existem com vários sabores, a marca Ripple também já está a preparar o lançamento de iogurtes gregos de origem 100% vegetal.

Por fim, resta falar dos ovos que também surgem timidamente nas prateleiras e já existem produtos de origem 100% vegetal de sabor e texturas idênticos, criados a partir de algas, como por exemplo o  VeganEgg da  Follow your Heart, ou o The Vegg que simula a gema de ovo. Estes ovos podem ser utilizados com um ovo normal na preparação de receitas que precisem deles.

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Apesar destas inovações me fascinarem e de não resistir a provar cada vez que tenho a oportunidade, cada vez mais sou adepta de uma alimentação integral, feita com alimentos naturais que venham da terra ou do mar, como as frutas, cereais, leguminosas, vegetais, algas, legumes. Este tipo de alimento é óptimo para quem está a fazer a transição e ainda tem dúvidas sobre como preparar os alimentos ou não está muito familiarizado com o tipo de comida que deverá preparar. No início a minha alimentação também era baseada em alimentos como o tofu ou o seitan, mas fui aprendendo ao longo do tempo como preparar novos alimentos e combinar sabores.

Desta forma, espero que os alimentos de origem 100% vegetal possam continuar a crescer e a trazer novos adeptos, que de outra forma não conseguiriam fazer a transição.

2 comments

  1. Muito interessante e excelente pesquisa. Não conhecia os ovos vegetais. Confesso que me faz alguma confusão, tal como o hambúrguer vegetal que sangra. Mas percebo a necessidade de substituição de alimentos conhecidos por algo muito semelhante, só que vegan.

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    1. respondendo o Patrícia…Vejo esta necessidade de similaridade com produtos não veganos necessáia pois temos nossa “memória de alimentos que comemos e gostamos”, não deixamos de comer ovo e carnes por não serem gostosos, certo? Acho que as próximas gerações que nascerão veganas não terão esta necessidade..confesso que, por exemplo, açougue vegano me soa estranho mas entendo..abraço

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