Outubro 07 2019 0Comentários

Viajar e ser vegan na Indonésia – Lombok e Sumbawa

A Indonésia foi o primeiro país fora da Europa para onde viajei e o meu primeiro choque cultural.

Ter a oportunidade de voltar à Indonésia foi para mim um privilégio, depois de quase 3 anos sem férias e com muita vontade de poder voltar a sair do país.

O que eu mais gosto de experienciar, quando saio de Portugal, são os sabores que cada país, que dizem tanto dele. Esta viagem foi feira de forma descomprometida e foi um last minute deal! Apenas deu tempo de renovar o passaporte e sair para viajar.

O tempo foi curto, apenas 15 dias mas deu para experimentar o que a Indonésia tem de melhor, visitar locais novos e revisitar outros e ficar com uma perspectiva mais feliz.

A Indonésia é conhecida pelas suas florestas tropicais, praias de água cristalina azul, o povo súper comunicativo e prestável e claro pelos seus sabores picantes. Não existe qualquer motivo para preocupações quando lá estamos, devemos ter os cuidados básicos e claro respeitar / aceitar a cultura indonésia por muito difícil / diferente que seja (estou a falar das cerimónias que utilizam animais), utilizar roupa apropriada consoante a ilha que nos encontramos (em locais maioritariamente muçulmanos algumas praias não permitem a utilização de biquínis), conseguir lidar com os animais abandonados sem qualquer tipo de auxílio por parte dos locais (em Bali podem contactar a BAWA para denunciar casos de maus-tratos ou animais doentes que a associação presta auxilio).

Quanto à alimentação, é fácil encontrar opções vegetarianas em qualquer lugar e facilmente eles adaptam os pratos com tofu ou tempeh que se encontram em qualquer lugar.

Este ano a viagem foi um pouco atribulada, um dos voos foi cancelado o que obrigou a ficar muito tempo no aeroporto de Singapura. Por sorte este aeroporto tem imensas actividades 24 horas por dia e locais para visitar. Como a escala foi longa, deu tempo para sair do aeroporto e fazer uma visita à cidade e ver as luzes, assim como conhecer o centro comercial Changi Airport que tem uma cascata luminosa e jardins.

Durante o dia o aeroporto organiza visitas gratuitas aos principais pontos turísticos, mas quando cheguei já tinham terminado, mas bastou contratar um táxi e o motorista fez o percurso. As luzes apagam à meia-noite, mas ainda conseguimos ver as luzes do Marina Bay Sans, Gardens by the Bay, Merliot, Financial District e a estátua Merlion, uma figura mitológica.

A visita foi muito rápida mas deu para conhecer os principais pontos de Singapura e ver as iluminações.

Estava na hora de voltar a voar e recuperar os dois voos finais.

Ao chegar a Bali, apenas deu tempo de conseguir um novo voo para Lombok e esperar que a viagem corresse pelo melhor. Um voo de 25 minutos e estava em Lombok!

Como era a época seca a ilha estava seca e pouco verde. Lombok provou ser um local diferente, foram três dias mas deu para conhecer alguns locais, mergulhar em águas transparentes e provar as delícias da gastronomia local.

Em Lombok podemos encontrar pratos muito picantes. O primeiro hotel, tinha um buffet para jantar com opções vegetarianas. Um dos pratos de tofu (tofu à Lombok (vegan)) era muito picante mas muito delicioso, que precisei de repetir várias vezes. Tinham também beringelas e legumes salteados.

Primeira manhã em Lombok, acordar com os cânticos muçulmanos de chamada à oração e aproveitar o calor matinal. O staff do hotel viu-me a fotografar e convidaram-me a subir até ao telhado para ver o nascer do sol.

Os campos de arroz ainda não estavam verdes e ao fundo está o vulcão Rinjani.

Os dias seguintes foram passados em Kuta Lombok, um local mais turistico, com vários restaurantes locais e outros ocidentais, adaptados à gastronomia local.

Ao fim de semana também tem um mercado, onde podemos comprar tofu, tempeh, especiarias e petiscos locais. Em Kuta é muito fácil encontrar restaurantes com opção vegan, mas recomendo sempre que seja reforçado para que não utilizem ingredientes de origem animal, principalmente leite, manteiga e queijo (leite = susu / queijo = keju / manteiga = mentega ).

Pequeno-almoço no Bush Radio, um restaurante na avenida principal, com várias opções vegan. Também tem uma vodka de kombucha e donuts veganos!

Outro pequeno-almoço no Kenza Lombok, o espaço é muito bonito e dá para relaxar, beber umas bebidas refrescantes e aproveitar o café. Todos os locais que visitei em Lombok utilizam palhinha de bambu ou papel!

Em Kuta Lombok existe um restaurante Raw Vegan, mas infelizmente não consegui visitar, os horários de funcionamento era muito restritivo.

Para visitar a ilha, recomendo o aluguer de uma mota para poder ter mais liberdade. Se gostas de caminhadas, tem várias montanhas que podes subir, sempre com paisagens de cortar a respiração, o contraste de cores é lindo, castanho, azul e verde.

Depois de Lombok, segui para Sumbawa de fast boat, para um lugar paradisíaco, com acesso à internet muito restrito, sem restaurantes e sem lojas, a vila mais perto era a 20 minutos de mota por uma estrada sem iluminação e com péssimas condições. Ponto forte: água quente, transparente, sem poluição, descanso garantido!

Apesar de não ser muito turístico, encontrei um restaurante com opções veganas quando estava a sair da ilha.

O Gado-gado é um prato típico da indonésia, encontra-se em todo o lado e apenas varia o tipo de legumes. Basicamente é um prato de legumes cozidos, cobertos com um molho de amendoim, chilies, lima e açúcar. Normalmente colocam um ovo cozido, mas basta pedir para tirar. Este gado-gado estava delicioso e ainda aproveitei para fotografar a cozinha que foi a mais organizada que vi em restaurantes locais.

Agora falta uma nova viagem de fast boat, um voo e de volta para Bali, mas sem antes provar um doce de mandioca que uma senhora vendia à entrada do fast boat.

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